Esse é o terceiro artigo da série de artigos que estou escrevendo sobre IA e gestão de produtos. Aqui estão os artigos anteriores:
Hoje vamos falar sobre a diferença entre IA generativa e IA analítica.
Quando falamos em IA, muita gente pensa direto em ferramentas generativas como ChatGPT, DALL·E ou Midjourney. Mas a IA analítica existe há décadas e está presente em produtos digitais que usamos todos os dias.
A IA analítica é aquela que analisa dados para encontrar padrões, fazer previsões, classificar informações ou recomendar ações. Ela não cria conteúdo novo. Ela interpreta dados e gera insights ou outputs baseados nesses padrões.
No primeiro artigo da série, contei o caso da Lopes, a maior empresa de intermediação imobiliária do Brasil. A funcionalidade de recomendação de imóveis similares é um ótimo exemplo de IA analítica: o algoritmo observa o comportamento de pessoas que clicam em determinados imóveis e calcula a probabilidade de que outros imóveis também sejam relevantes para quem está navegando.
Essa IA não escreve textos nem gera imagens; ela analisa interações e faz previsões. E, como mostrei nos números, foi capaz de melhorar a experiência das clientes e os resultados do negócio.
A IA generativa, que ganhou destaque a partir de 2022/2023 com modelos de linguagem como GPT, é diferente,
ela cria algo novo, que pode ser texto, imagem, áudio, vídeo ou código, com base em padrões aprendidos durante o treinamento.
No meu projeto experimental Zapando, construído com vibe-coding em um fim de semana, combinei os dois tipos de IA para construir um app de gestão de objetivos e tarefas. O Zapando usa IA analítica para:
E usa IA generativa para:
O app é simples, mas ilustra bem a diferença. Enquanto a parte analítica interpreta e avalia o que já existe, a parte generativa produz conteúdo novo (as sugestões de tarefas e de melhorias nos objetivos). Veja no vídeo como o Zapando combina IA analítica e generativa na prática:
Para equipes de produto, a chave está em entender quando cada tipo de IA faz sentido:
Muitos produtos, como o próprio Zapando, combinam as duas. O importante é não cair no hype da IA generativa, pois nem todo problema precisa que a IA escreva ou crie algo. Às vezes, analisar dados e prever padrões é o que precisamos e, muitas vezes, é mais barato, explicável e fácil de manter.
Reconhecer a diferença entre IA analítica e IA generativa ajuda as equipes de produto a escolher a ferramenta certa para cada problema e a comunicar melhor as decisões para as lideranças e stakeholders.
O próximo artigo dessa série será intitulado “Nem toda funcionalidade precisa de interface conversacional”.
Ajudo empresas e lideranças (CPOs, heads de produto, CTOs, CEOs, tech founders e heads de transformação digital) a conectar negócios e tecnologia por meio de treinamentos e consultoria focados em gestão de produtos e transformação digital.
Na Gyaco, acreditamos no poder das conversas para provocar reflexão e aprendizado. Por isso, temos três podcasts que exploram o universo de gestão de produtos por ângulos diferentes:
Você trabalha com produtos digitais? Quer aumentar as chances de sucesso do seu produto, resolver os problemas das usuárias e atingir os objetivos da empresa? Conheça meus livros, onde compartilho o que aprendi ao longo de mais de 30 anos criando e gerenciando produtos digitais: